quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

E assim se passaram seis meses !!

Seis meses já se passaram...nem acredito que meio ano de nossas vidas se completaram !! Ainda sinto como se fosse ontem a notícia modificadora, rsrs. E já começo a sentir saudades do meu RN.


Quero relatar os seis meses do Cauê a partir da amamentação. Eu não sabia que ia gostar tanto dessa história de assumir meus instintos animais e me tornar definitivamente uma mamífera. Sabia da importância da amamentação, mas não tinha qualquer pretensão (tanto é que comprei duas mamadeiras, rs).Das certezas, das dúvidas e das (pequenas) decepções. E, principalmente, da imensa alegria que é alimentar o meu bebê.


Durante a gravidez, eu não li nada sobre amamentação. Só imaginava que era algo natural e, naturalmente, as coisas aconteceriam. Minha única preocupação foi tomar muiiiito sol nas peitolas, com o meu marido me olhando estranhamente, rsrs, me vendo andar bemmmmm a vontade pelo quintal, rsrs. Mas fiz isso também só porque me orientaram no curso de gestante que eu fiz. Porque, prá mim, era tudo muito simples, rs.


No dia do nascimento, ali, no centro cirúrgico, o pediatra veio bem rapidamente conversar comigo e falar sobre amamentação. Examinou os seios e disse que os bicos eram bem planos, que alguma dificuldade eu teria em amamentá-lo no início. Mas, como eu já tava começando a ficar bemmmm legal com a anestesia, não processei a informação, só fiquei com essa frase lá no inconsciente.


E, então, nasceu o Cauê. Estava eu lá, já tomada pela anestesia (uma viagemmmmmmmmmmmmmmmmm, mto loca), quando eu escuto a GO dizer:" Cristina, aqui está o seu bebê!" O Cauê quase não chorou. Gemeu, bem baixinho, assim que saiu da barriga. Eu o vi primeiro de longe. Depois de uns minutos, me trouxeram ele bem pertinho, mas ele ainda gemia, um gemidinho que eu nunca mais vou esquecer. Lembro do rosto do pai, assustado com aquilo tudo, e, quando eu os vi, só disse:" legallllll", rs, sem muita noção do que eu tava falando, afff.


Aí, veio a recuperação e o quarto. Eu ainda tava sob efeito da anestesia e nem questionei sobre o Cauê. Era de madrugada quando vieram para eu assinar o registro de nascido vivo e, ainda assim, eu não perguntei sobre ele. Nem minha mãe. Estava, lá no fundo, achando estranha aquela demora toda, mas não falei nada.


E, assim, às 07:00 horas, veio o pediatra me dar a notícia. Quando ele disse a palavra UTI eu senti o chão abrir com um tsunami passando pela minha cabeça. Não perguntei nada, só escutei com as lágrimas correndo pelo rosto. Assim que me foi explicada a situação e o procedimento que seguiria, bem como o médico saiu, eu grite, grite, gritei, blasfemando contra Deus. É sério. Foi a única vez na vida que eu me insurgi contra Ele. E, minha mãe, minha melhor amiga, vendo aquilo tudo, me abraçou e chorou junto. Não disse nada, não perguntou nada ao médico. Só ficou abraçada comigo.


 A primeira visita que o Cauê recebeu na UTI foi do pai. Na verdade, o pai foi muito corajoso em enfrentar aquilo tudo, o ambiente, os médicos, as enfermeiras, a situação, sozinho. O Jailson não é muito de falar, sempre respeita muito a minha opinião, vez que a segue nas maiorias das vezes. E ele foi lá sozinho ver o sonho dele cheio de fios e aparatos médicos. E voltou meio sério, meio feliz, meio desconfiado e estranho daquela visita, me animando a começar a andar prá irmos juntos no próximo horário.


E assim fomos. Quando eu li na porta UTI Neonatal e Infantil, eu já comecei a chorar. Não era isso que eu tinha imaginado. Não era sangramento, pressão alta, ganho absurdo de peso que eu tinha imaginado prá minha gravidez. Naquele momento, achei que todas essas intercorrências tinham levado o meu bebê aquela situação. Eu entrei chorando, com as enfermeiras me perguntando:" Mãezinha, por que você tá chorando ?" Eu não respondi, só chorei, coloquei as roupas e lavei as mãos, indo em direção ao RN de Maria Cristina. Era tudo muito estranho. Meu nenê estava com quase 24 horas e eu nem tinha pegado ele no colo. A visita foi rápida, cerca de meia hora, até porque eu já não aguentava ficar em pé por conta da cirurgia. Fui embora do local arrastada pelo meu marido, chorando copiosamente. 


No dia seguinte, voltamos à UTI nos dois horários de visita, só de longe, só sentindo o Cauê com as pontas dos nossos dedos. Naquela madrugada, meu marido estava comigo e correu prá me confortar quando eu comecei a gritar que eu ia enlouquecer pois ouvia outros nenês chorando nos quartos ao lado e o meu não estava lá. Eu estava me sentindo vazia. No amanhecer, o pediatra estava animado e eu fiquei animada em vê-lo assim, pensando na idéia de ter o Cauê comigo muiiito em breve. Mas não aconteceu e eu, infelizmente, tinha que sair do hospital. A minha GO veio, me deu alta com muita dor no coração, mas não podia me deixar internada indefinidamente. E, então, tive que ir, deixando o Cauê internado. Hoje eu paro e penso como consegui fazer isso, deixar meu nenê sozinho, num hospital, aos cuidados de pessoas que eu não conheço. Às vezes, é melhor fazer as coisas como se estivesse sendo guiada automaticamente, porque, se eu parasse prá pensar, eu não teria saido daquele hospital assim, sem ele, me sentindo um saco de presente vazio.


Fui prá casa às 13:00 horas. Entrei e ? Chorei, claro. Gritei, mais uma vez, a dor que era passar por aquilo tudo. Eu estava tão condicionada àquela idéia de UTI que parecia que minha vida seria prá sempre assim, visitar meu nenê duas vezes ao dia e só. Portanto, pontualmente no horário de visitas à tarde, eu estava lá. Entrei, sozinha, caminhando devagar, pois o Jailson tinha ido estacionar o carro. Foram alguns minutos que eu fiquei sozinha e pensei em como aquilo não faria bem prá minha relação com o Cauê. Tinha medo de que ele não me reconhecesse como mãe. Ele não sabia qual era o meu cheiro, nem qual era o toque da minha mão direito. Nisso, chega o marido correndo prá me ajudar, como sempre, dizendo prá eu não pensar nada disso. Então, veio a minha surpresa. Cheguei na UTI, o Cauê estava fora do bercinho, tomando LA em um copinho. Eu fiquei cega na hora. Esqueci de todo o procedimento de UTI e fui na direção dele. A enfermeira sorriu e me disse:" Mãe, você demorou muito !! Vá se arrumar prá gente colocar ele prá mamar!!" Aquelas palavras me deram um ânimo tão grande que eu senti minha expressão do rosto mudar. Me aprontei, pus os peitos prá fora na frente de todo mundo - nunca tinha feito isso - e peguei o Cauê no colo, com o pai estupefato ali, junto, do nosso lado. Meu Deus, que sensação maravilhosa, preenchedora, nem sei !! Peguei ele pequenininho e as enfermeiras vieram ajeitá-lo no meu peito esquerdo. Não saiu nada, porque nem colostro eu tinha, já que ele nunca tinha sugado. Foi estranho, me deu uma sensação tão confortante, tão, tão sublime, eu nunca tinha sentido isso na vida. Ele pegou um pouquinho e depois já soltou. Além de não ter nada prá engolir, ele tinha acabado de beber LA. E ficou um pouco no meu colo, com vários fiozinhos ligados à máquinas pendurados, no meu colo, me conhecendo, me olhando sem me enxergar direito, me fazendo a pessoa mais feliz do mundo. Foi um momento tão perfeito, tão perfeito, que até hoje sinto o que senti aquela hora, mesmo sem poder nem beijá-lo.


Naquela noite, valendo-se das experiências da minha mãe, tomei um super chá de folha de manga pro leite descer. No dia seguinte, acordei cedo e, com o meu marido, fomos apertar os seios prá ver se saia alguma coisa. E saiu uma gota !! E eu ri como nunca tinha feito antes. Fomos prá visita. O Cauê estava na incubadora, porque o médico de plantão ia receber um bebê prematuro e, assim, estavam todos os enfermeiros de sobreaviso, caso precisasse internar esse novo nenê. Chegamos, nos trocamos, eu ainda com aquela sensação mágica do dia anterior. E, então, aconteceu a coisa mais linda da minha vida: eu toquei os dedos no Cauê, ele, com os olhos fechados, virou-se pro meu lado e abriu a boca como se quisesse mamar. O pai ficou maravilhado, feliz mesmo dele ter me reconhecido, pelo cheiro, pelo toque, não sei. E, como eu não podia pegá-lo, o Cauê começou a querer chorar. Eu fiquei tão feliz, tão feliz, estava confortada pela certeza de que meu bebê sabia sim quem era eu e que estava me esperando. Mesmo com a UTI em sobreaviso, fui até a enfermeira e pedi prá retirá-lo da incubadora prá colocá-lo prá mamar. Mesmo sem poder, ela assim fez. Foram alguns minutos só, porque estavam todos em alerta. Mas foi, novamente, perfeito. Tudo estava voltando ao normal.


No mesmo dia, na visita da noite, finalmente tivemos a notícia que tanto esperavamos: o Cauê teria alta da UTI e continuaria a medicação no quarto. Naquela noite, dormi à base de chá de folha de manga com metade de um comprimido de valeriana, rsrs.


Finalmente, o dia 06 de junho de 2010. Um domingo. Fomos todos, eu, marido, meus pais, com mala e tudo prá visita de manhã. Dessa vez, não retiraram o Cauê da incubadora, mas, melhor, mandaram que eu me internasse e levasse as roupas dele prá vesti-lo - na UTI, ele ficava só de fralda e meinhas nas mãos e nos pés -. Lembro que, no elevador, olhei pro pai e disse:" Você quer guardar alguma lembrança disso tudo ?" Ele: "Não!" E juntos arrancamos nossas identificações e jogamos fora. Parece tonto, mas prá gente isso foi muito importante, significou o começo de uma nova fase mesmo. O ruim já tinha acabado.
Nos internamos e, dali uns minutos, veio o Cauê, pequenininho, com um macacão verde com detalhas em amarelo e laranja, com luvinhas, no cobertor de girafa que eu havia comprado. A minha maternidade tinha efetivamente começado. Ele chegou e já botaram prá mamar. Até minha GO, que havia me dado alta dois dias antes, apareceu do nada prá ajudar. Era tudo muito maravilhoso !!


Nos dias de internação no quarto, o Cauê ficava o dia inteiro conosco - só ia de manhã tomar banho, pesar, medir e tomar medicação - e, a cada 3 horas pontualmente, a enfermeira vinha nos ensinar a mama. Confesso que, no segundo dia, eu chorei, pois já não aguentava mais aquele monte de mulher botando a mão nos meus peitos pelo menos 8 vezes ao dia. Era correção de pega o dia todo, prá não deixá-lo com fome. Lembrando disso, hoje, vejo como tudo aquilo foi normal e importante pro aprendizado de amamentação meu e do Cauê. Eu quase não tinha bicos e, então, a pega era feita de um outro modo. Aí, prá dificultar, juntava os seios que eram bem grandes pro Cauê e a boquinha dele, que não segurava porque o maxilar era muito menor que arcada superior da boca. Meu marido aprendeu a ordenhar, minha mãe também, prá que fosse dado somente meu leite. No hospital, não tinha como usar outra técnica além da ordenha nem nenhum outro aparato; só paciência e calma mesmo. No dia 09 de junho, depois de oito dias no hospital, tivemos alta !! E uma das enfermeiras me disse que, prá auxiliar na formação do bico, havia um bico artificial, bem eficiente, que me ajudaria muito. Foi essencial essa dica, me ajudou muito mesmo !!


Chegamos - ufa !! - em casa. Todo mundo que eu queria reunido.  Minha mãe, meu marido, minha magrela Vitórya, meu querido Titor, meu amor Clara e a madrinha Mô. Lembro que cheguei em casa, tiramos um milhão e meio de fotos e fomos, literalmente, todos amamentar o Cauê, hahahahahahaha. Eu já tinha comprado o bico intermediário e coloquei. Nossa, foi fantástico !! O material era superfino, fez com que o Cauê pegasse perfeitamente, fazendo sair bastante leite. Acabei de amamentá-lo, almocei e, mesmo com as conversas animadas das crianças, me inclinei na mesa e pensei:" esse deve ser o efeito do Lexotan, uma paz que não tem fim !!" Deitei e dormi, com o Cauê ao lado, no carrinho. Finalmente, estava tudo como eu tinha imaginado !!


Amamentei com esse bico intermediário por 20 dias, sendo que, a partir do dia 29 de junho, passei a amamentar sem qualquer barreira entre o Cauê e eu !!


Assim seguimos, com muito leite, LM em LD tranquilamente, muitas roupas de cama e pijamas manchados. No meio de agosto, surgiu a história de rotavirus. A Clara estava doente, o João também ficou. Nessa época, eu estava trabalhando já, sempre voltando prá amamentar. Aí, numa noite, eu não quis jantar. Minha mãe estava comigo em casa - marido trabalhando a noite - e eu fui deitar e não dormi nada. Lá pelas tantas, levantei, fui ao banheiro e vomitei tudo o que eu não tinha no estômago. Sim, eu também estava doente e isso começou a me apavorar. Deitei, dormi, amamentei o Cauê normalmente de manhãzinha, mas não conseguia nem segurar água no estômago, quanto mais remédio e soro. Eu sabia que isso não ia terminar bem, mas todos diziam prá eu não ficar apavorada. Na hora do almoço, com o Eduardo doente também, coloquei o Cauê prá mamar e quase não saiu nada. Comecei a chorar, pois tinha percebido que estava completamente desidratada (eu tinha vomitado mais de 6 vezes, sem contar a dor de barriga) e o leite secou. Vendo aquilo tudo, com dor no coração, disse à minha mãe e ao Jailson que comprassem LA prá dar ao Cauê, pois ele não poderia passar fome. E fui, com o Eduardo, ao hospital ser medicada. Saí de lá mais animada, melhor mesmo, o pediatra já tinha sido contatado e passado o procedimento pro Cauê não desmamar. Então, coloquei ele prá mamar um pouco - mas não saia quase nada - e minha mãe deu novamente a mamadeira (já tinha sido dada enquanto estava no hospital). Naquela madrugada, o leite tinha voltado, não tudo, mas já tinha conseguido satisfazer o Cauê. Nesse dia, lembro que disse ao meu marido:" Você não pode ficar doente, temos que cuidar do Cauê !!" No dia seguinte, o Jailson também ficou mau. Tivemos que buscá-lo no serviço e ele, ao me ver em casa, me abraçou chorando, dizendo que tinha tentado ficar bom, mas também estava doente. Choramos juntos e eu jurei que, mais uma vez, iríamos superar isso tudo.


Ao todo, o Cauê tomou 9 dias de complemento, sempre sendo colocado no seio prá mamar antes e depois de dado o  LA na mamadeira. E, então, o leite voltou ao tanto que ele precisava. Graças a Deus, ao Cauê que não desistiu de mamar e a todos os chás e comidas que minha mãe preparou, rsrs, eu poderia novamente amamentar meu bebê !!


Desde então, assim estamos. Eu, praticamente, com os peitos de fora na frente de todos, hahahahaha. A vergonha se foi, ficando só a satisfação e felicidade de amamentá-lo. E, principalmente, a carinha redonda e gordita do Cauê bem alimentado.


E, com isso tudo, descobri que amamentar não é só alimentar, dar o leite literalmente. É ganhar o carinho do toque das mãozinhas, curiosas, que querem carinho. É me ver nos olhinhos de jabuticaba dele. É deixar passar o calor do meu corpo pro dele. É ficar aqueles minutos tão envolvida com aquilo tudo que o dia passa e começa a ser contado por quantas vezes eu o alimentei. E gostar disso. É perceber que o corpo se prepara antes de começar a amamentação, tamanha é a naturalidade daquilo tudo. É perfeito. Simples assim.


Mas eu não teria conseguido nada disso sem a ajuda da minha família. Jamais.


Agradeço, primeiramente, ao Jailson. Bi, você é absolutamente surpreendente. Me acompanhou em tudo, desde a idéia de sermos pais, foi comigo às consultas, vibrou em me ver vomitar igual ao uma louca no início da gravidez, me levou arrastada até em casa quando eu quase desmaiava por conta dos remédios, me apoiou nos alongamentos, na dieta, na hidro, nas fotos, nas escolhas de quarto, roupas pro Cauê. Acolheu o nome Cauê depois que eu mostrei e provei o que isso significava prá gente. Animou-se em pintar o cantinho dele, em organizar o berço e os bichos, sem eu falar nada, fez tudo perfeitamente. Por ter aprendido a ordenhar o meu leite prá dar ao Cauê, por ter saído correndo prá comprar as conchas de amamentação corretas, por ter acordado comigo nas madrugadas para, juntos, alimentarmos nosso nenê. Foi -  É ! -imensamente maravilhoso ver você envolvido com tudo, assumindo e usufruindo da sua condição de pai. Um ótimo pai, amigo, carinhoso, preocupado, é pai. Você, evidentemente, foi essencial nisso tudo, rsrs, mas se revelou prá mim o melhor companheiro que eu poderia ter. Ter você comigo, especialmente nos momentos difíceis, foi fundamental prá superar as adversidades. Eu simplesmente não sei o que seria de mim sem você. Você é o meu amor, meu homem, meu companheiro, meu amigo, minha paz. É piegas, é clichê, mas é verdade. É amor e só isso.


Logo ali, lado a lado, minha mãe. Minha mãe é TUDO prá mim. Meu exemplo, meu guia, meu ídolo, sei lá, nem dá prá definir. Você que me mostrou tantas vezes a importância do filho prá mãe - e não somente ao contrário - que se eu fizer metade do que você fez por mim eu serei uma mãe inteiramente realizada. Obrigada por ter chorado comigo e rido comigo. Obrigada por ser minha melhor amiga. Obrigada por tudo, mãe, mesmo. Especialmente por, nessa fase, ter respeitado quando eu disse que era só leite materno e nada mais que o Cauê ingeriria. Eu te amo não é o suficiente. Aliás, nada nunca vai ser o suficiente prá agradecer.


Meu pai, com o jeito atrapalhado dele, me fez a pergunta mais perturbadora e confortante, ao mesmo tempo, durante os primeiros dias do Cauê: " Você vai sair e deixá-lo aqui ?" Ao mesmo tempo que isso me feriu, me mostrou que ele estava simplesmente disposto a continuar ali, comigo internada, indo me ver 3 vezes ao dia, prá não deixar o Cauê sozinho. Pai, eu te amo. Na hora que eu mais precisei de você na minha vida toda, você tava ali comigo, disposto a qualquer coisa prá não me ver chorar e, principalmente, prá ver o meu bebê. Não digo isso sempre, mas nunca duvide disso.


Meus irmãos, não menos importantes na minha vida. São os melhores irmãos e amigos que alguém poderia ter. A minha relação é própria de cada um, um fala mais, outro menos. Mas os dois estão sempre comigo, disso eu tenho certeza. O Eduardo eu tenho que agradecer por ter estado comigo desde o início disso tudo. E o João por ser o melhor amigo sócio do mundo; precisou estarmos juntos todos os dias prá vermos que não precisamos brigar, rsrs. Sem vocês eu não teria conseguido nada. Obrigada, Eduardo, pela palestra aos berros que você fez em casa no dia que a mãe sugeriu que fosse dado ao Cauê água ou chá, rsrs. Por ter me feito rir no dia mais triste da minha vida, eu nunca vou esquecer de você e da Talita. E, João, você é o responsável por eu conseguir levar minha vida profissional. Sem você, eu jamais teria conseguido trabalhar, meio lá, meio cá, eu sei, e ser mãe. Eu nunca vou conseguir agradecer você por isso tudo.


Mô: você me escreveu a coisa mais linda quando o Cauê nasceu. Eu realmente não consegui acabar de ler no dia, fui ler só quando estava mentalmente equilibrada (o que demorou um pouco, rsrs). Eu não sou muito de falar, mas a sua felicidade e a da sua família é muito, muito mesmo, importante prá mim. Obrigada por tá comigo, sempre junto. E por ter sido a primeira tia a fotografar o Cauê quando ele foi ao berçário.


Vi, Titor e Clara: foi vocês que me deram idéia do que era amor de mãe. Obrigadíssima sempre por terem exigido que eu fosse a prima/tia mais participante o possível. Agradeço a Deus todos os dias por isso !


Cauê, meu amor, prá você, nenhuma palavra seria adequada ou sintetizaria a sua importância. Isso tudo aqui é por você. E se precisasse mais seria feito, sem pestanejar. E se precisar será feito. Obrigada por nos ter escolhido, =D. Obrigada por ter aprendido da mamar tão rapidinho, mesmo com tantas dificuldades. Obrigada por me fazer mãe, por me deixar ser SUA mãe.


No final, eu me acho vitoriosa. Acho que ganhei. Acho que ele ganhou. Não foi a aleitamento exclusivo de leite materno que eu pensava, mas foi um período só nosso, de muitas vitórias e aconchegos. Acredito, sim, que todos ganhamos e descobrimos, com esses primeiros seis meses, como fazer prá exercitar, prá sempre, o amor que nos guiou até agora.

sábado, 20 de novembro de 2010

Amo. Adoro. Gosto

Eu amo ouvir o som da sua respiração.
Adoro quando suas mãozinhas curiosas me tocam, procurando o que é novo e o que é conhecido.
Gosto de seus olhinhos da jabuticaba sempre atentos e vibrantes prá tudo.
Sou louca seu cabelo cacheado, despenteado, loiro quase castanho, que deixa todo mundo intrigado.
Amo sua carinha redonda, com dobrinhas no pescoço, cheia de saúde e de novidade.
Adoro seus belisquinhos, com suas unhinhas fininhas, que me apertam enquanto você mama.
Gosto da sua risada cheia de gengiva e ali eu vejo a sinceridade do sorriso que precede a risada que precede a gargalhada.
E, mesmo conhecendo cada detalhizinho seu, de tanto te admirar, você me surpreende todo dia...muito obrigada !!

sábado, 9 de outubro de 2010

O primeiro ano do resto da nossa vida.

Mais uma vez, cá estou eu me antecipando. Amanhã faz um ano que descobri que tava grávida. Quando eu paro prá pensar nisso ainda tenho a sensação de tá vivendo, agora, tudo de novo !! Aquelas dores que me incomodavam, a cara do pai quando eu contei, a mistura de sensações que senti, a felicidade da minha família, a minha nova vida !! Tudo, parece que tudo mesmo, parou ali...Aliás, parou mesmo. Foi daquele momento que minha nova vida começou, que meus olhos passaram a ver tudo de um jeito diferente, que finalmente eu me senti completada....assim mesmo, não só completa, mas completada, rsrs.


As pessoas dizem que, quando vem um filho, sua vida muda. Mas não. Como alguém já disse, não é uma mudança de vida, é uma vida nova. Ele nasceu e nós renascemos. Conceitos, gostos, visões, tudo mudou, resultando, em uma nova pessoa. Em três novas pessoas.


Do dia 11 de outubro de 2010 até agora foi apenas o primeiro ano do resto da nossa vida. Minha, do pai e do Cauê. 

sábado, 21 de agosto de 2010

Eu imaginava que era assim. Isso era prá ter sido publicado no dia:
"Escrevo esse post antecipadamente. Foi, está sendo, é programado. Os últimos dois meses passaram praticamente em branco, rsrs. Eu achava que já tinha sentido cansaço nessa vida, mas nada, nada na vida é igual a esse cansaço do fim da gravidez. Nada. É uma sensação inchada, pesada, limitada e redonda o tempo todo. No começo, incomoda e, quando você se acostuma, chega ao fim, rsrs. 

Tudo pronto, praticamente pronto, rsrs, feitas as fotos, o chá, as visitas, os anseios da família. E eu me dou conta que não estarei mais só. Não sou mais só eu. É diferente você ter um marido, um namorado, mesmo sua mãe, de quem você saiu, mas num tá lá muita consciência disso...Até agora, ninguém ainda tinha saído daqui, rsrs. Essa junção, comunhão, união, dependência, na primeira vez que é sentida é estranha, assustadora, confusa mesmo. Ao mesmo tempo que você é muito feliz por isso tudo de novo, com a ansiedade própria da situação, é a responsabilidade que vem que realmente perturba.

Veja só: até agora, era só eu. Meus atos e suas consequências só me atingiam. Assim, se eu soubesse os riscos ou mesmo se eu os ignorasse, o problema era todinho meu. E agora ??? Já não é mais desse jeito e vai ser menos ainda daqui prá frente. Minha alegria, felicidade, risada, preguiça, mau humor, tristeza, ódio, amor, ao menos no começo, vai atingir alguém. Um alguenzinho bem pequenininho e que num tem muita ideia do que tá fazendo por aqui, nesse momento.

É, eu acho que eu to preparada, rsrs. Melhor pensar assim, ;D."

Pois é, mas estava eu enganada. Eu não tava preparada. Você smp se prepara prá uma situação perfeita, pro momento feliz e completo que você sonhou, desejou e fez de tudo prá que assim saísse. Pois é. Mas assim não foi. Ainda hoje, mais de dois meses depois disso tudo, ainda me pego pensando naquilo tudo e ainda, às vezes, vem uma dorzinha angustiante e triste no peito. Até que, em seguida, eu vou até ele e esqueço disso tudo...

Eu não tava preparada mesmo. Como alguém já escreveu, eu achei que tivesse chegado até o limite do amor. Mas não. Essa nova vida é muito além desse imaginado limite. É se deixar transformar, mesmo doendo tanto às vezes, mesmo estando confusa, cansada, com a sensação de não estar fazendo tudo certo ou tudo completo. Ainda assim, é  nova vida, muito, muito, muito maior, mais intensa e com um sentimento profundo, puro, liso, direto, certeiro, sei lá, que te satisfaz, que me deixa inteira.

Demorei a vir até aqui...imaginei váriasssss vezes escrevendo sobre esse início de tudo, porém, ele sempre está na frente, rs. Quando ele dorme, eu, antes descansava, rsrs. Agora, sempre tem alguma coisa prá fazer e fico eu lá, em segundo plano. Era o que eu imaginava. Só não contava com essa satisfação em me relegar assim, rsrs.

Várias foram as frases bonitas criadas e esquecidas, várias foram as situações que sabia que eu teria que descrever, mas, até agora, uma só expressão resume o todo: felicidade pura e simples.

domingo, 18 de abril de 2010

E lá se vão...

...oito meses nessa aventura maluca. Aventura mesmo, especialmente emocional. Desde o início, entendi, finalmente, o significado de doação. Você permitir, desejar, que outro ser se origine no seu corpo, suportando todas as implicações que isso traz, é realmente uma experiência de libertação. Esquece-se de suas vontades ou desejos, anseios. Tudo passa a ser feito para manter e prolongar, até o momento certo, aquela nova geração que está ali dentro, te espremendo internamente e expandindo externamente. 


Mas, apesar de todos esses contrastes, não nego que, ainda agora, já tenho um pouquinho de saudade disso tudo, de ser dois em um só. As sensações desse período todo não poderão ser repetidas jamais, nem em uma outra gravidez. Nenhuma descrição consegue transparecer com fidelidade isso tudo. Mesmos os enjoos, a sonolência, as inevitáveis estrias, o cansaço que acompanha, especialmente agora no fim, são compensados por qualquer movimento que ele faz aqui. Ver ele procurando um jeito melhor no aperto é tão, tão bom, que bem ciente agora que o fim - ou melhor, o início !! - está aí, à porta, faz com que venha a saudade e a vontade de aproveitar todos os momentos ainda mais intensamente agora. E olha que ainda se seguirão 8 semanas. No máximo 8, mas ainda são 8. 


A idéia de que devia ter feito isso tudo antes também está sempre rondando. Porém, ele veio na hora certa, na hora dele. 


Ah, por fim, essa é a foto que melhor me define: completamente redonda, rs.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Diversas.

...É, eu demoro a escrever, mas, quando começo, demoro a parar, rsrs.


Deitada no chão durante o alongamento, percebi que eu queria "entrar dentro de mim", rsrsrs, e ver como estão as coisas por ali. Chegar e perguntar: " E aí ? Você sente o mesmo calor que eu mesmo ? O que acha dos meus espirros, tosses, mau humor, preguiça ?" E, antes de sair, reforçar:" Fique o tempo que precisar, estou à sua espera. Só não perca a hora", rsrs. Mas a culpa disso não é minha. Foi a minha orientadora física que disse "sinta e interaja com o seu bebê", rs.


Cúmplice. Achei a palavra que descreve tuuuudo. Tava na minha cara e eu não a via. Cauê é assim, meu cúmplice. Faz sete meses que está aqui, participando de tudo na minha vida. Da vez que comi algo terminantemente proibido - o que acontece todos os dias, rs -, da raiva, da felicidade, do riso até chorar, dos desejos ruins e bons. É disso que eu vou mais sentir falta quando a gravidez acabar e a maternidade começar. Da cumplicidade que vem de dentro de mim e é só minha, rsrs, =D.

Blah. Cansaço, calor e chegada.

Mew, isso aqui às moscas. Rsrsrs. Essa vida de MariaCristina-advogada-esposa-dolar-mãe-tentativadeserBlogueira num dá. Num dei conta disso tudo não, rsrsrs.


Já no sétimo mês, o cansaço é notório, público, sabido. Não há vontade de levantar, mas, já estando em pé, num dá prá sentar. Às vezes, queria dormir até que, lá pelas tantas, alguém me acordasse, cutucando e dizendo: "Viu, já tá na hora!", bem baixinho, prá não me assustar, rsrs. E isso não é reclamação. É o cansaço, muito cansaço, acentuado pelo calorrrrrrr dantesco que me cerca. Enfim, várias são as dificuldades.




Aliás, ainda me surpreende que, mesmo no sétimo mês, enorme, gigante, redonda, com todos os "cantos" de uma circunferência, rsrs, alguém me diga que não parece que estou grávida. Séreo. Muito séreoooo. Como isso ? E, o pior, é que não foi uma pessoa só. Foram duas, no mesmo dia. Isso me leva a pensar que o mundo me via muito maior do que eu imaginava quando ainda não estava grávida. 


Entre o sexto e o sétimo mês, houve - na verdade, ainda há - o curso para gestante. Às vezes penso: "Nossa, onde eu fui me meter ?" Não tem como não pensar assim estando em mini palestras com 56 gestantes juntas, todas com as peores dúvidas que existem. Não tem. E eu que achava que era paranóica, nervosa, ansiosa. Nada. Sou a mais relex de lá. Tem horas que penso que, na verdade, eu sou a única que entrou nessa conscientemente, rsrs.


Bem, passado tudo o que de desanimador acontece no momento, rsrs, não posso dizer que estou feliz, muito feliz. Me ver redonda assim é a realização de um sonho, compartilhado com uma pessoinha que já não faz movimento vigorosos, mas que sempre me lembra que tá aqui. 


Me pego aflita ao pensar que quase não há espaço prá ele, querendo, ao mesmo tempo, que passe logo o tempo prá ele sair e se espreguiçar, se esticar todooooo, depois de passar tanto tempo comprimido, rsrs, mas também que essa sensação toda de estar acompanhada está acabando. Passou muito rápido, está passando muito rápido. No fim, todavia, porém, entretanto, rsrs, é bom saber que, na verdade, a nossa história ainda nem começou. ♥

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Mãe e música !

Oh, my love !!



A letra é simples, direta, e diz tanta coisa, aparentemente, desconexa, que retrata fielmente um momento de plenitude, indescritível !

É perfeita !! (também, pudera, estamos falando de John, rs)

Essa eu já canto prá ele, =D.

♪♫

♪♫
Oh my love for the first time in my life,Oh, meu amor, pela primeira vez na minha vida
my eyes are wide open.Meus olhos estão completamente abertos
Oh my lover for the first time in my life,Oh, minha amada, pela primeira vez na minha vida
my eyes can see.Meus olhos enxergam.
I see the wind.Eu vejo o vento.
Oh, I see the trees.Oh, eu vejo as arvores.
Everything is clear in my heart.Tudo está claro em meu coração.
I see the clouds.Eu vejo as nuvens.
Oh, I see the sky.Oh, eu vejo o céu.
Everything is clear in our world.Tudo está claro em nosso mundo.
Oh my love for the first time in my life,Oh, meu amor, pela primeira vez na minha vida
my mind is wide open.Minha mente está completamente aberta
Oh my lover for the first time in my life,Oh, minha amada, pela primeira vez na minha vida
my mind can feel.Minha mente consegue sentir
I feel the sorrow.Eu sinto a tristeza,
Oh, I feel dreams.Oh, eu sinto os sonhos
Everything is clear in my heart.Tudo está claro em meu coração
I feel life.Eu sinto a vida,
Oh, I feel love.Oh, eu sinto amor
Everything is clear in our world.Tudo está claro em nosso mundo♪♫


♪♫



domingo, 21 de fevereiro de 2010

Em busca do carrinho perfeito.

Bem, não é segredo prá ninguém que o mais legal nesse negócio de ser mãe - enquanto o filho não chega, é claroooo !! -  é comprar, rsrs. Tudo o que se relaciona a nenê ganha uma utilidade utópica. Coisa que nem sabia que existia ganha relevância e, bora lá, comprar. É nessa fase que eu atualmente me encontro, rsrs.

Aos seis meses dessa viagem que eu me enfiei, rsrs, além de me acostumar com uma barriga inimaginável - e que muitosssss acreditam que seja só gordura, ai, ai -estou com um apetite incrível para comprar. É sério. O essencial - berço - já providenciado; muitas, muitas roupinhas conseguidas dos sobrinhos, mas ainda arrumando motivos para comprar.

Hoje, num sábado propício para compras, lá fomos nós, família total, pai, mãe, marido e barriga, em busca do carrinho de bebê perfeito. Na loja perfeita, achei os exemplares dos modelos mais modernos atualmente. Sim, carrinhos de bebê seguem tendências, modas, mercado, todas essas coisas que, prá mim, até pouquíssimo tempo, não eram consideradas prá esse segmento. É, mais um aprendizado.

Então, lá vendo milhões de coisas que não se usa ou que custam muito mais caro do que as minhas roupas, me encontrei com um companheiro pro próximo ano: o carrinho de bebê perfeito. Perfeito, ele só pode ser descrito assim, =D.

Juntamente com ele, veio seu auxiliar, igualmente indispensável: o bebê conforto, lindo, lindo. Tudo combinado, como eu imaginava sempre, sempre.

Nessa história toda, não teve como não reparar que, desde já, todas as prioridades mudam: só consigo enxergar o que se relaciona a ele, que mexe e remexe prá encontrar um espaço aqui dentro. Nem me lembro mais dos sapatos tão desejados, bolsas invejadas e roupas almejadas.

Mais uma vez, realizada como nunca. Novamente, me sinto feliz, muito feliz.

Mau humor dominical.

É isso. Seis meses de gravidez. Enorme, redondamente redonda e hoje, após um domingo doméstico, recheado de afazeres domésticos e muito calor, chego a conclusão que, nessa fase, podemos dizer que a barriga já é independente. Totalmente. O serzinho que ali habita - ali mesmo, desmembrado de mim, rsrs -, dividindo esse pequeno espaço que tende a aumentar, já é absolutamente independente.

Hoje, exatamente hoje, por exemplo. Ele é um ser pulador, mexedor, rsrs, que me dá vários sustos ao longo do dia. Hoje, ele não deu pulo nenhum. Só umas mexidinhas bem preguiçosas. Acho que ele tava de mau humor. Muito calor, sabe ? Comi, mas num era bem o que ele queria, embora estivesse saboroso o almoço. Refri, ah, sei não, num tá no clima do dia, é isso que eu quero, mas podia ser melhor.


 Aí, ao fim dos afazeres domésticos, sinto o corpo inteiro bem, na medida do possível, mas percebo que a barriga não. Ela não está bem. Ela está cansada. Cansaço, quem sabe, que vem do mau humor de quem manda na região, rsrs.


Deito, junto a um super ventilador, e vem aquela sensação, só na barriga, de que ainda assim num tá legal. Aquela sensação num sei. Num sei se tá bom, num sei se tá ruim. Sei lá, tipo, nhé, blá, humpf, para de encher o saco, caramba. 
É uma preguiça só naquela região. O restante do corpo continuaria no ritmo de fazer alguma coisa, não ficar só deitado...porém, ultimamente, quem comanda tá ali e num tem nada que faça ser diferente. Por isso, bora a ficar deitado mais um pouco, até a hora que cansa não fazer nada.

O mais interessante disso tudo ? Perceber que, como uma benção, ele realmente é meu filho, rsrs. Claro, ele tá aqui, mas por ver que ele terá o mesmo mau humor que eu tenho nos domingos calorentos dentro de casa. Pode até ser a cara do pai - afff, pelo o que se percebe pelas pernas compridas -, mas o mau humor é da mãe, rsrs. Mais perfeito, impossível, rsrs, =D.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Cauê.

Esse post certamente eu vou guardar para ele ler, rs, e, mais certamente ainda, vou ser uma mãe muito menos relapsa do que sou como blogueira, rsrs.

Acho que sempre me preparei para ser mãe de uma menina. Sempre, desde que eu brincava, imaginando como seria suuuuper legal ter uma boneca viva por perto. Todas as roupinhas que compraria, todos os lacinhos, sapatinhos e mais inhos que toda menina tem. A minha série preferida é Gilmore Girls e, por aí, já dá prá ter uma idéia do quanto isso parecia importante.

Depois, já quase adulta - pretensão, hahahahahaha -, participei ativamente do nascimento e crescimento da Vitórya, minha prima que tomei por boneca, rs. Depois dela, não nego que a minha vida mudou. Foi um marco prá família e me deu a garantia de que estava certa, com algo do tipo " tá vendo, to pronta prá alguma coisa desse tipo, mas se só se for menina!". 

Outros primos vieram e, então, ganhei de presente um sobrinho...e eu achando que era possível amar daquela maneira somente um filho de outra pessoa, rsrs. No começo, o João Vitor era um nenê ali tão perto, tão perto, mas que eu queria uma distância de segurança porque tinha irmão no meio e um irmão com quem a convivência só melhorou quando ficamos mais velhos. Aliás, esse é mais um dos motivos que eu agradeço ter feito mais de 20 anos - poder finalmente conviver em "paz" com meu irmão, ainda que a gente se mate, rsrs.

Mas não foi assim....o João Vitor é um dos reais amores da minha vida, além de ser a criança mais linda que eu já vi, daquele tipo que parece um desenho animado. Além disso, ele é engraçado, inteligente, sarcástico - já assim, rs - e sabe sair de situações enroladas com frases do tipo:" Tia, fica feliz !!" no momento em que eu queria esganá-lo. Meu homem perfeito assim seria, rsrs.

Porém, isso não mudou a idéia de que teria que ser uma menina, mesmo com ele.

Depois, veio a Maria Clara, irmã do Titor, ainda hoje uma mulherzinha pequena como diria um primo meu. Linda e brava. Toda mulher tem que ser assim. No início, eu me senti aliviada com a sensação de não ter que dar uma neta pros meus pais, hahahahahahaha, já que a minha mãe me criou falando sobre o dia que eu ia ter a minha filha e o quanto ela queria que eu tivesse tudo o que ela teve comigo, especialmente a amizade.

Com esse alívio veio, também, a certeza de que eu nasci prá ser mãe de menina. Eu não poderia estar enganada tendo a Vi e a Clara tão presentes na minha vida.

Aí, eu quis engravidar. Aí, eu quase morri quando disseram que seria difícil, por uns problemas. Aí, eu fiz tudo o que tinha que fazer prá acontecer. Aí, de repente, me vi nesse estado interessante, com as pessoas com mais influência sobre mim dando palpites, sem contar as torcidas da minha mãe e da minha vó, com tanta certeza de que vinha mais uma menina.

A primeira vez que eu fiz um ultrassom foi depois de uma noite em que eu chorei de desespero, com o medo de tudo dar errado me aterrorizando. Nunca tinha sentido aquela sensação de responsabilidade por outra vida e isso me deu muito, muito medo. Chorei até cair sentada no chão, querendo vomitar toda aquela ansiedade e medo que me apertavam o peito.

No dia seguinte, ao ver aquele grão com um coração, não pude deixar de ser clichê e chorar. Era uma felicidade tão, tão pura, tão leve, de paz, que me confortou como nada tinha me confortado na vida. O grão tava ali, plantadinho, só querendo crescer. Eu tinha conseguido. Mas, seria uma menina mesmo ? Eu ia usar toda a minha preparação ? A sensação era a de que não, mas, enfim, sensações de grávida geralmente não contam, porque são sempre exarcebadas. 

O segundo ultra foi assustador !! Tinha ocorrido um sangramento e o medo me apunhalou de novo !! Não desejo a ninguém - se bem que, prá alguns às vezes o desejo prá alguns é pior, ai, ai - o sentimento de impotência diante de uma situação que você não tem qualquer controle. No fim, era só eu e o meu corpo maluco me assustando e o grão continuava ali, batendo, batendo.

A terceira vez que nos vimos foi fantástica. Assim, simples. Vi que o grão tinha progredido e, agora, parecia um etezinho. É sério. Não é prá zombar, mas parecia um etezinho simpático que mexia bastante, dividindo espaço ali comigo. E era perfeito. E, mais uma vez, aquela sensação de paz voltou....eu queria passar o resto da vida naquela sala de ultrassom, olhando praquele etezinho ali. Novamente, me veio a impressão de que era moleque que estava ali, mas, sei lá, vai que isso era somente pelo fato de todos falarem nenê.

Em seguida, só iria ouvir o coração. Vê-lo novamente só em 2010.

Então, estávamos em janeiro de 2010. Passaram-se os aniversários, as festas de fim de ano, e a incógnita continuava. Ainda era só nenê, genérico, sem nome. Que ódio disso !! Fomos prá consulta e mais uma vez agradeci pelo som forte de batida de coração que vinha dali, da minha barriga. Médica animada, tudo certo e ela ordena que o ultrassom não demore a ser feito. Fui eu lá na clínica, toda feliz e ansiosa marcar o raio do exame, achando que poderia ser pro mesmo dia. Essa parte é engraçada, prá mim pelo menos, rsrsrs. Quando a atendente me disse que só teria horário prá dali a 5 dias, menos de uma semana, pouco tempo assim, eu chorei. Chorei, assim, simples. Chorei na frente dela, marcando o horário, com um monte de paciente esperando. Um choro de revolta mesmo, sabe. Chorei, chorei, chorei ligando pro marido, rsrs, prá minha mãe, chorei até sentada na frente do computador do escritório. Era uma revolta pelo nada, por não conseguir fazer o que eu queria na hora em que eu queria. Afinal, todas as mães que eu conhecia e que estavam com o mesmo tempo de gravidez que o meu já sabiam o que eram e eu continuava ali, indefinido, com um nenê somente.

Então, nesse mesmo dia do choro, eu resolvi fazer exame por conta própria, nada credenciado no plano de saúde. Lugar simples, conversa rápida, bastante gente, mas tudo muito prático. Entramos, o marido-pai e eu e, logo no começo do exame, o médico fala, rápido e direto:" É um menino!! Olha o pintinho dele ali !!" Eu jamais vou esquecer essa frase !! Os olhos do pai brilhando - no escuro, como se eu pudesse ver, rsrs -, e eu, sem enxergar nada na tela, chorando, chorando, chorando....de felicidade !! Eu, que me preparei a vida inteira prá ter uma filha, menina, boneca, estava ali com um menino !! 


Sempre imaginava, nos meus devaneios sobre filhos, que ficaria triste se não fosse menina, que ia buscar ter uma filha e essas histórias todas, mas não...estava feliz, feliz como nunca tinha me sentido, por ter certeza de que ele, sim, ELE, estava vindo prá completar a minha vida. Me senti realizada, completa, preenchida - literalmente -, com a sensação de dever cumprido, por ter um menino bravo - porque ele não parava de mexer - com as pernas bem compridas, ali, vivendo junto a mim. O nome já estava certo, só faltava confirmar aquela sensação que tiver no início dessa loucura toda - às vezes, a grávida nem é tão exagerada assim.


Desde então, desde o dia 27 de janeiro de 2010, o sentimento é de que nunca mais estarei só. Não sei como será a nossa vida, quanta risada tem por aí, quantas músicas vamos cantar, quantas brigas teremos, como elas serão, não sei de nada. Só sei que, com você, eu sou a pessoa mais feliz do mundo. 

Agora, você acaba de mexer. Pronto. Tudo o que eu imaginei sobre filhos na vida você derrubou e me fez nova, melhor. Obrigada, =D.